Obs: Este artigo é um resumo que fiz através dos meus estudos sobre o assunto, matéria destinada a quem está estudando para o concurso público PEB I de Guarulhos, e outros concursos com a seguinte bibliografia:
HOFFMAN, Jussara. Avaliação mediadora: uma relação dialógica na construção do conhecimento. In: SE/SP/FDE. Revista Ideias, nº 22, pág. 51 a 59.
Primeiramente é necessário entender que a avaliação mediadora proposta por Hoffman não tem nada a ver com a avaliação tradicional, a avaliação tecnicista que conhecemos atuante até os dias de hoje, é, ainda, muito comum nas escolas brasileiras utilizarem aquela avaliação pautada em provas e atividades com nota, e essas avaliações tem normalmente uma nota de corte para o educando ser considerado “capaz”, vamos dizer assim, se de zero 0 a 10 o mínimo para ser aprovado é 5, se de “A” a “E” o mínimo é “C”, não é nada disso, é totalmente o contrário, a avaliação mediadora é contra este tipo de avaliação, com provas, classificações, métricas, ou seja, tudo que a educação comportamentalista tem de avaliação é considerado um erro e ferramenta opressora. A avaliação mediadora vem com um contra-argumento a esses erros com uma contraproposta. No ponto de vista da escola conservadora o bom aluno, o bom estudante é aquele que tira boas notas, o professor transmite o conhecimento, verifica o que foi captado com provas e registra a nota, e somente isso é o suficiente no sistema de ensino tecnicista ou comportamentalista, é a típica educação bancária observada por Paulo Freire.
O que a autora pretende com a avaliação mediadora é a reorganização do saber, ter a ação, movimento, provocação, na tentativa de reciprocidade intelectual entre os elementos da ação educativa, ou seja, professores e alunos buscando coordenar seus pontos de vista, trocando ideia e as reorganizando. A avaliação mediadora é composta de acompanhamento reflexivo e dialógico.
Na avaliação mediadora o professor também é avaliado, procura-se reciprocidade entre professor e aluno, e através dos erros o professor tem a oportunidade de analisar o que está acontecendo de errado, reavaliar-se sempre. É um processo contínuo e constante de aprendizado, e cada escola tem sua particularidade e cada educando também, a avaliação mediadora não é um processo finito, ele é diário.
A avalição mediadora é desafiadora, pois requer do professor um acompanhamento diário e individual de cada aluno, pois cada pessoa tem sua particularidade, seu modo de entender as coisas e suas vivências, e pensar que o professor deva dar atenção individual aos seus alunos é um grande desafio.
Avalição tradicional e como avaliar
Neste trecho da obra que estamos estudando, a autora faz uma grande crítica a forma como a escola avalia os alunos, normalmente aos finais dos bimestres, sempre nos finais dos ciclos que o professor vai e dá umas provas, umas atividades, colhe os resultados (as notas) faz uma média geral e fica assim, sem nem mesmo tempo para um feedback, o resultado ou a nota é o feedback, a autora diz em sua obra assim:
“Em que medida o professor reflete sobre as tarefas dos seus alunos? Como se dá tal reflexão? Percebe-se que as tarefas produzidas pelos os alunos são solicitadas apenas ao final dos períodos letivos. Qual significado desse procedimento? É possível encaminhar o aluno a uma reflexão critica sobre seus posicionamentos, após concluídos os períodos? Justificam-se trabalhos, provas e relatórios que jamais serão discutidos ou analisados em conjunto pelo educador e educando?” Hoffman, Revista Ideias, nº 22, pág. 56-57.
Já a avaliação mediadora é totalmente oposta a essa avaliação classificatória, feita através de métricas ranqueadas e aos finais dos ciclos. A avaliação mediadora é composta por várias atividades, acompanhamento contínuo do professor para com os educandos, tipo de avaliação individualizada e construída a partir da compreensão dos fenômenos estudados.
Na avaliação mediadora existe a opção do professor refletir sobre a tarefa do aluno, os erros dele são considerados oportunidades para uma maior aproximação do professor ao educando, procurar entender porque o educando responde de tal maneira, e assim ter uma reflexão a respeito da produção de conhecimento do aluno para encaminhá-lo à superação, ao enriquecimento do saber.
Características de uma avaliação mediadora
- Acompanhamento Reflexivo e dialógico;
- O diálogo entre professor e aluno, pois esse é o momento em que os seres humanos se encontram para refletir sobre sua realidade tal como o fazem e refazem.
- Ação-reflexão-ação: Relação dialógica, em que concebe o conhecimento como apropriação do saber pelo educando e também pelo educador.
Diferença entre avaliação mediadora e tecnicista em respeito a aprendizagem e avalição
Aprendizagem
Na visão tecnicista, comportamentalista, positivista ou conservadora;
Aprendizagem significa modificação do comportamento que alguém que ensina produz em alguém que aprende.
Na visão avaliativa mediadora;
Aprendizagem significa descobrir a razão das coisas e pressupõe a organização das experiências vividas pelos sujeitos numa compreensão progressiva das noções.
Avaliação
Na visão tecnicista, comportamentalista, positivista ou conservadora;
Avaliação significa controle permanente exercido sobre o aluno no intuito de ele chegar a demonstrar comportamentos definidos como ideais pelo professor.
Dialogar é perguntar e ouvir respostas.
Acompanhar significa estar sempre junto para observar e registrar resultados.
Na visão avaliativa mediadora;
Avaliação significa ação provocativa do professor, desafiando o educando a refletir sobre as situações vividas, a formular e a reformular hipóteses, encaminhando-se a um saber enriquecido.
Dialogar é refletir em conjunto (professor e aluno) sobre o objeto de conhecimento. Exige aprofundamento em teorias de conhecimento e nas diferentes áreas do saber.
Acompanhar é favorecer o “vir a ser”, desenvolvendo ações educativas que possibilitem novas descobertas.