O concurso público para Professores do Estado de São Paulo em 2023, homologado apenas em julho de 2024, continua envolto em polêmicas, especialmente nas perícias médicas. Diversos relatos nas redes sociais indicam que candidatos se sentem constrangidos e injustiçados pelas decisões do Departamento de Perícias Médicas (DPME), responsável pela avaliação dos ingressantes.
Atualmente, o certame está na fase de exames admissionais, as chamadas perícias médicas. Aproximadamente 18 mil candidatos já foram convocados, e aqueles que pretendem assumir o cargo de Professor estão sendo submetidos a esses exames.
As denúncias são variadas e incluem:
- Solicitações de exames complementares sem justificativa;
- Exames que exigem que o candidato fique nu no consultório;
- Reprovação de candidatos obesos;
- Reprovação de candidatos com mais de 40 anos;
- Reprovação de míopes, mesmo com grau considerado baixo;
- Reprovação devido a pequenas alterações nos exames.
Além dos constrangimentos, os candidatos relatam uma falta de transparência por parte do DPME. Muitos saem da perícia médica sem saber o resultado ou receber orientações, apenas para descobrir dias depois que foram retidos no exame, sem instruções sobre os próximos passos.
Outras queixas incluem a marcação de perícias médicas em locais distantes, com candidatos sendo obrigados a viajar até 400 km para realizar os exames.
Abaixo, apresentamos as principais denúncias sobre as perícias médicas do DPME:
“Meu caso, todos os exames do edital estavam ok, com a perita dizendo que pelos exames era apto, porém por ser obeso fui retido para exames complementares. Absurdo total!! 15 exames complementares, caríssimos.”
“Precisei fazer exames complementares que chegam a custar R$ 1.900. Durante a perícia inicial, eu fui duramente constrangido por conta do meu sobrepeso. Pediram para ele ficar nu para verificar se tinha varizes, saí de lá chorando muito. Além disso, tenho ouvido relatos de outras pessoas com mais de 40 anos que estão sendo pré-julgadas e obrigadas a fazer exames complementares.”
“Tive que tirar a blusa e o sutiã para ele ver se não havia nódulo. Na clínica da rua Itapeva. Tenho 50 anos. Saí muito constrangida.”
“Em Bauru professores ficando só com roupas íntimas.”
“Fui na perícia e o médico pediu exames complementares. Quero saber se vou ter outra perícia ou só tenho que enviar os exames no site da perícia e no DPME. O médico não explicou nada!”
“Aconteceu comigo! Uso óculos e levei a receita oftalmológica com consulta recente e mesmo assim me retiveram, pediram uma bateria de novos exames que vai ficar no valor irrisório de 650,00. Sem contar que pediu para que eu mostrasse as cicatrizes de cesariana que ocorreu a 30 anos. Achei um absurdo! Estou retida por usar óculos!”
“Meu filho fez perícia dia 14/10. Ele passaou no oftalmo e ok. Na perita ela mediu a pressão e ok. Perguntou se ele já havia desmaiado ou feito alguma cirurgia e a resposta do meu filho foi não. Perguntou se ele fazia atividade física e ele disse q sim. A perita respondeu: pronto, encerrando a perícia. Hj dia 17, qdo por acaso ele olha o diário oficial diz que ele tem q entregar exames complementares mas não dizem quais.”
“Minha denúncia: Sou PCD e a perícia do Estado eu fui indeferido pq quem me entrevistou foi uma psicóloga, minha perícia na Pref SP foi com um Oftalmologista e fui deferido.”
“Meus exames estão todos bons, fiquei retida por usar óculos, faz 20 anos que leciono e nunca tive problemas,estou me sentindo péssima,estudei tanto para fazer esse concurso e estou me sentindo humilhada”
“O cara (médico do trabalho) nem me deu bom dia e me encaminhou para o psiquiatra!!! Pediu mais 4 exames de vista e glicemia. É uma desgraça!”
“Na perícia médica o médico pediu exame complementar pq a glicemia deu 103, fiz os exames e deu pré diabéte será que reprova? Exastaaa”
Conclusão
Espero que esta postagem ajude de alguma forma os professores que estão passando por essa situação constrangedora. É importante que o DPME analise cada caso individualmente e evite reprovar candidatos na perícia médica. Pelos comentários, é evidente que o nível de exigência do Estado é desproporcional à função que esses profissionais irão exercer. Além disso, espero que esta mensagem sirva para que os futuros colegas de profissão que passarão por essas perícias médicas não sejam discriminados, constrangidos ou submetidos a exames complementares sem necessidade.
Peço que, para ajudar, você compartilhe esta matéria em todos os grupos de professores.