O Deputado Estadual Carlos Giannazi (PSOL) levou ao púlpito da ALESP a suposta denuncia de que a banca organizadora da VUNESP analisou 183 mil videoaulas por uso de Inteligência Artificial. Veja a fala do Deputado na ALESP:
Nesta postagem vamos analisar se é possível a VUNESP ter feito isso. Vale observar que existe sim a possibilidade de corrigir videoaula por Inteligência Artificial, o gigante Google através do Youtube usa Inteligência Artificial para filtrar conteúdos, e se necessário eles derrubam os vídeo abusivos, todo e qualquer vídeo que inflige as regras do Youtube é bloqueado ou desmonetizado. Então se alguém falar em corrigir provas por Inteligência Artificial não está falando asneira, é possível, eles usam correção por palavras-chave.
O Deputado não deixou claro se teve correção por Inteligência Artificial, pois ele não apresenta provas, pelas falas dele há rumores. Mas vamos anilisar…
Foram 183 mil vídeos, vamos deixar a média de vídeo em 6 minutos, então vamos multiplicar 183 mil por 6 minutos e teremos 1.098.000 (1 milhão e 98 mil minutos). Mas precisamos converter esses minutos em horas, pois os trabalhadores da VUNESP trabalham por horas, então 1.098.000/60 = 18.300 (Dezoito mil e trezentas horas), são muitas horas de vídeos, não há como não admitir isso, mas vamos continuar o raciocínio pensando nos corretores da Prova.
Se 1 corretor trabalhar 8 horas por dia, levando em consideração as análises e o tempo de abrir e fechar os vídeos, vamos dar então 5 horas de visualização efetiva dos vídeo por dia, se fosse só um corretor da VUNESP dividindo 18.300/5 = 3.660 dias, ele levaria 10 anos para corrigir essas provas, mas claro que há mais corretores, então vamos aumentar para 10 corretores de provas, isso significa 50 horas de vídeos, vamos ver: 18.300/50 = 366, se forem 10 pessoas corrigindo leva 1 ano. Vamos pensar então numa banca razoável de corretores, eu imagino que devem ser uns 25 corretores, vamos lá, 25X5 = 125 horas de vídeo, então 18.300/125 = 146,5, então 147 dias aproximadamente. Isso daria 5 meses de correção de Videoaula.
Se forem 25 corretores, eles corrigindo as videoaulas antes das provas objetivas, ainda assim é um tempo muito arrochado. A não ser que a VUNESP tenha colocado 40 corretores, aí sim faz muito sentido, teríamos: 40×5 = 200 horas de vídeo, 18.300/200 = 92 dias, então com 40 corretores levaria 3 meses para corrigir, aí eles começando a correção antes da prova objetiva daria tempo suficiente para emitir o resultado.
Então, para a VUNESP justificar essa correção em tempo extraordinário ela tem que provar que teve no mínimo 40 Professores corretores.
A polêmica vem aumentando e a VUNESP já emitiu até nota de esclarecimento para dizer que não usou IA! Segue abaixo:
“A Fundação Vunesp informa que constam do Edital de Abertura de Inscrições nº 1/2023 e foram publicados no site da Vunesp, na área do candidato, os procedimentos que levariam à atribuição de nota zero à videoaula enviada pelos candidatos do concurso para professor da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, conforme relação abaixo.
A Vunesp esclarece que não utilizou inteligência artificial e contou com uma equipe de correção formada por avaliadores devidamente capacitados e treinados para a avaliação dos mais de 183 mil vídeos enviados pelo site da Vunesp. Para os candidatos que não concordarem com os resultados das provas, o edital prevê recurso, que será devidamente analisado.“
Agora fica a reflexão, no meu entender a VUNESP deve ter contratado uma equipe grande de Professores para corrigir as provas, ainda que por Inteligência Artificial seja possível é um risco muito grande, pois IA trabalha por algoritmos, só enxerga palavras chaves, ela não é capaz de fazer uma Interpretação através de associações, é possível um humano fazer uma aula falando sobre o mesmo tema sem usar palavras chaves, uma vez que o banco de palavras chaves não for muito bem alimentado.
Uma coisa é certa: esse Concurso Público ainda vai dar muito pano para manga, e estaremos por aqui acompanhando e comentando.