Entrega do CEU de Diadema sofre novo adiamento e ainda não tem prazo definido

A entrega do Centro Educacional Unificado (CEU) de Diadema será mais uma vez adiada. Em novembro do ano passado, a gestão do prefeito José de Filippi Junior (PT) publicou no Diário Oficial do Estado de São Paulo a prorrogação, por mais seis meses, do prazo para conclusão das obras do chamado Quarteirão da Educação (nome anterior do CEU), localizado no Jardim Promissão. A previsão era que o equipamento fosse entregue em maio deste ano — o que agora está descartado.
De acordo com o secretário de Educação de Diadema, Felipe Sartori Sigollo, a inauguração do CEU não ocorrerá mais em 2025. Um dos principais entraves é o vencimento do contrato das obras, previsto para agosto próximo.
“O acordo inicial tinha prazo de três anos. A obra começou em agosto de 2022 e o contrato vai até agosto de 2025. Vamos precisar prorrogar e repactuar o cronograma. Por isso, ainda não há um novo prazo definido, pois dependemos dos recursos disponíveis e desse novo acordo”, explicou Sigollo.
Considerado um dos maiores investimentos em infraestrutura educacional da cidade, o CEU enfrenta críticas e preocupações. O próprio prefeito já classificou a situação como caótica, apontando diversos erros no projeto que podem comprometer a conservação e o uso futuro da instalação.
O secretário confirmou que a atual gestão está elaborando um estudo para corrigir os problemas e garantir que o equipamento funcione como um centro educacional de referência. “Estamos avaliando as necessidades porque, até agora, só a construção foi prevista pela gestão anterior. Por exemplo, nosso orçamento não contempla recursos para contratos essenciais, como manutenção dos elevadores e serviços de limpeza. Nada disso foi orçado”, destacou.
Sigollo também alertou que, mesmo após a conclusão da obra física, o espaço não poderá ser imediatamente ocupado pelas crianças. “Ainda faltam muitos ajustes. Precisamos providenciar o mobiliário, concluir o acabamento e fazer adaptações no projeto. Só a construção está sendo executada, mas toda a parte operacional ainda precisa ser estruturada — incluindo a instalação de câmeras de segurança e outros sistemas”, pontuou.
Com capacidade prevista para atender 1.800 alunos em uma área de 25 mil m², o CEU exigirá ainda a contratação de mais professores. “Será uma operação de grande porte. O CEU é muito maior que a antiga EMEB Ministro Francisco Quintanilha Ribeiro, que foi demolida para dar lugar ao novo complexo”, completou o secretário.
O projeto do Centro Educacional Unificado de Diadema prevê investimento total de R$ 138 milhões, com financiamento conjunto do governo federal — por meio do programa Periferia Viva, com R$ 90 milhões — e da Prefeitura. O complexo contará com três edifícios escolares, espaços para práticas esportivas e culturais, além de teatro, cineteatro e oficinas.
Opinião: Falta articulação da atual gestão para concluir o CEU de Diadema
A gestão anterior deixou toda a verba necessária empenhada junto ao Ministério da Educação, já que os recursos para a obra são federais. Agora, cabe ao atual prefeito ir a Brasília para concluir as tratativas e garantir o andamento do projeto. No entanto, a falta de articulação política da atual administração tem paralisado o processo, e a obra segue estagnada.
O CEU, iniciado ainda na gestão do ex-prefeito Felipe, representa um investimento importante para a educação da cidade. Infelizmente, tudo indica que a atual gestão parece disposta a deixar o projeto abandonado, privando a população de um equipamento educacional de grande valor.
O que muda para o Concurso de PEB I
O CEU de Diadema contaria com, no mínimo, 40 salas de aula. Considerando o atendimento em contra-turno e a necessidade de Professores de Módulo, seriam necessários ao menos 120 novos professores. Isso poderia ser bastante positivo para o concurso público que se aproxima, já que aumentaria a quantidade de vagas ofertadas. No entanto, a má notícia é que o lançamento do CEU está indefinido e, ao que tudo indica, talvez nunca se concretize. Assim, os concursos para professores em Diadema continuarão ocorrendo, mas com uma quantidade de convocações em número bem menor do que o que se vê nas demais cidades do ABC.