Funcionários Públicos de São Paulo terão aumento de 2,60% em 2025 e 2,55% em 2026

Na noite da última terça-feira (29), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em segunda votação, o projeto que prevê o reajuste salarial dos servidores municipais. A sessão foi marcada por tensão e protestos, e o resultado foi de 34 votos favoráveis e 17 contrários, sem abstenções.
A proposta aprovada estabelece um reajuste em duas etapas:
- 2,60% a partir de maio deste ano;
- 2,55% em maio do próximo ano.
No total, o aumento acumulado será de 5,15%, percentual abaixo do reivindicado pelos servidores, que estão em greve e protestaram em frente à Câmara durante a votação.
Sessão tumultuada
A sessão foi interrompida por mais de 20 minutos após um episódio envolvendo a vereadora Cris Monteiro (Novo), acusada de racismo por manifestantes nas galerias. Durante seu discurso, Cris afirmou: “Quando vem uma mulher branca, bonita e rica falar aqui, vocês vaiam”, o que gerou gritos de “racista” do público. A vereadora discutiu com um manifestante e, ao retornar à tribuna, pediu desculpas:
“Gostaria de lamentar profundamente as minhas falas. Não foi minha intenção ofender ninguém — nem na galeria, nem meus colegas parlamentares.”
Em nota, reforçou que “nunca teve a intenção de ofender” e que sua trajetória é marcada pelo diálogo e respeito. A vereadora Luana Alves (PSOL) informou que levará o caso à Corregedoria da Casa.
Confronto entre vereadores
Outro momento tenso ocorreu entre os vereadores Rubinho Nunes (União) e Toninho Vespoli (PSOL). Ao exibir um cartaz em apoio aos manifestantes, Toninho foi abordado por Rubinho, que tentou arrancar o cartaz de suas mãos. Toninho acusou Rubinho de agressão e declarou que tomará medidas cabíveis, criticando a postura da extrema-direita. Rubinho, por sua vez, afirmou que “usar faixa para agredir e desrespeitar colega é o retrato do desespero”.
Reivindicações dos servidores
Os servidores municipais exigem um reajuste acima da inflação, que acumula 5,65% entre março de 2024 e março de 2025, segundo o IPCA. Em greve há cerca de duas semanas, os trabalhadores rejeitam o percentual proposto pela prefeitura e querem avanços em outras pautas, como:
- Reajuste salarial de 44% para os profissionais da educação;
- Incorporação dos abonos complementares;
- Revogação do confisco previdenciário;
- Redução da alíquota previdenciária de 14% para 11%.
O Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública (Sindesp), em conjunto com outras entidades, apresentou uma contraproposta durante audiência de conciliação, mas a prefeitura manteve o projeto original.
O que diz o projeto aprovado
O Projeto de Lei 416/2025 prevê:
- Reajuste salarial e do vale-alimentação em duas etapas (2,60% este ano e 2,55% em 2026);
- Reajuste de 6,27% no piso dos docentes da categoria 1 (ensino médio);
- Manutenção dos abonos complementares para os profissionais da educação.
Atualmente, o salário inicial de um professor na rede municipal é de R$ 2.680,40 (categoria 1) e de R$ 3.237,89 (categoria 3, com ensino superior).
Entenda o que está em jogo
Na semana passada, o projeto de reajuste salarial dos servidores municipais foi aprovado em primeira votação, com 31 votos favoráveis e 15 contrários. A seguir, veja o que prevê a proposta e quais são as principais reivindicações da categoria.
💲 Salário atual dos professores
- R$ 2.680,40 para professores iniciantes (categoria 1);
- R$ 3.237,89 para professores com ensino superior (categoria 3).
🧐 O que diz o Projeto de Lei 416/2025
- Prevê a revisão geral anual da remuneração dos servidores públicos municipais;
- Reajusta salários e vale-alimentação em duas etapas:
- 2,60% a partir de 1º de maio deste ano para ativos e aposentados;
- 2,55% em maio de 2026;
- Concede um aumento de 6,27% no piso salarial da categoria 1 (QPE 11A) — professores do magistério com ensino médio — a partir de 1º de maio;
- Atualiza os valores do abono salarial complementar e do abono de compatibilização dos profissionais da educação.
🗣️ O que os servidores reivindicam
- Reajuste salarial de 44% para os profissionais da educação;
- Incorporação dos abonos complementares ao piso salarial, que somam 31,77%, 3% e 5,67%, concedidos entre 2021 e 2024;
- Revogação do chamado confisco previdenciário;
- Redução da alíquota previdenciária de 14% para 11%.
