Fiquei particularmente chateado, assim como muitos Auxiliares Técnicos de Educação aprovados no concurso, eu digo que são ATEs, pois muitos estão trabalhando como temporário e outros tantos tem a convicção de assumir o cargo, portanto me reporto a esse público de tal maneira, e a chateação foi com o cancelamento com o principal debate do segundo turno da eleição para prefeito de São Paulo, a principal cidade da América Latina, não estamos falando de uma eleição qualquer, e é triste saber que não teremos o último debate antes da eleição e, principalmente, que não ouve esforços para que acontecesse.
O debate foi cancelado porque o candidato Guilherme Boulos testou positivo para Covid-19, ele não apresenta sintomas, está muito bem, porém testou positivo e é necessário estar em quarentena. A Globo alegou que tem um contrato pré-estabelecido em que caso haja a confirmação de contaminação de algum candidato o debate é cancelado, no contrato não há uma alternativa para a situação, apenas o cancelamento sumariamente.
Alternativa
A rede Globo poderia simplesmente fazer o debate de maneira online, ela tem estrutura para isto, é a maior e melhor emissora televisa do país, mas ela simplesmente nem mediu esforços em dizer “o debate está cancelado” e não fez o debate.
O twitter está explodindo com a tag #DebateBoulosCovasOnline, e existem vários argumentos em que demonstram que a Globo tem tecnologia suficiente para um debate online, inclise a Globo conseguiu entrevistar uma projeção holográfica da Dua Lipa no fantástico, isso recentemente:
Portanto no quesito tecnologia a Rede Globo nada de braçada, ela deveria ter feito o debate, muitos dos nossos impostos ajudam essa emissora a se manter, porém ela está a serviço da ideologia neoliberal, e a Globo sabe muito bem que no momento um debate entre Boulos e Covas é decretar a virada do Boulos.
Situações embaraçosas para o Covas
Atualmente num debate Covas não tem a menor condição de defender seu vice, a esposa de Ricardo Nunes disse que não lembra de feito um Boletim de ocorrência contra Nunes por violência doméstica, ou seja, o B.O. realmente foi feito, e simplesmente o possível vice-prefeito é um agressor de mulheres, e algum momento o vice vira o prefeito e teremos uma segunda dama que é agredida pelo marido. É totalmente fora da realidade uma situação dessas, e vai contra os princípios dos próprios liberais que defendem os direitos das mulheres.
Muito complicado para o Covas, também, explicar essa entrega de cestas básicas às vésperas da eleição, em evidente manobra de compra de votos através do desespero das pessoas, Covas usando das cestas básicas como moedas de troca.
Em suma, simplesmente, Covas não deve aparecer em debate em hipótese alguma que será massacrado. A Globo sabe disse e não pode deixar o Covas perder, Covas é o candidato do Doria, portanto é candidato que vai defender os interesses neoliberais, o que acontece de fato é que reeleito Bruno Covas será um poste do Doria, e podemos até chamar de Bruno Doria que o nome virá bem a calhar.
Situação dos concursos
Boulos disse abertamente que dará prioridade aos concursos públicos em aberto e que pretende realizar outros, a ideia é investir nos serviços da prefeitura para a comunidade, e o pilar principal para ter um serviço público de qualidade é ter funcionários suficiente, não adianta sobrecarregar o funcionário que o serviço não funciona, não existe essa de 1 trabalhar por 3 e o serviço ser bom.
Covas não pretende trabalhar com funcionários administrados diretamente pela prefeitura, ele dará prioridade para as terceirizações, que não terá muitos funcionários e o serviço é caro, normalmente um contrato anual com empresas terceirizadas entra na casa dos milhões, e o serviço prestado não é bom. O funcionário terceirizado é mal pago e tem suas condições de trabalho totalmente precárias, não vejo como uma boa alternativa, a não ser para os donos dessas empresas, para eles sim é vantagem.
Caso o Boulos vença a eleição os concursos continuam vivos, se acontecer o contrário podemos esquecer os concursos, Doria vai manter a enrolação para nomear os aprovados nos concursos recentes e não vai lançar novos editais, ele dará prioridade as terceirizações, tal qual como o Doria faz no Estado.
Nessa história de cancelar o debate sendo que havia alternativas para acontecer, quem perde é a democracia.