Aqui neste site você teve a informação de primeira mão a respeito das municipalizações das escolas estaduais de São Paulo, basicamente 50 escolas que são estaduais vão passar a ser municipais. E só depois a grande mídia teve conhecimento do assunto, então estamos a frente! É em cima dessa reportagem que quero dar minhas opiniões, aliás a reportagem veio com informações novas.
Informações novas
Segundo as pastas, as tratativas começaram em agosto, mas escolas selecionadas estão sendo informadas agora.
Todos os professores concursados e estáveis da rede estadual que desejarem, permanecerão nas unidades, terão formação para o desenvolvimento do currículo da cidade.
Municipalização é bom ou ruim?
Depende muito de pontos de vistas, pois aqui vamos lidar diretamente com vários conflitos de interesse. Se formos observar pelo lado das famílias, se a família for pobre, os benefícios são incomparáveis, na Prefeitura há créditos para material e uniforme, Transporte Escolar Gratuito (TEG), merenda, e leve leite. São benefícios que simplesmente não existem nas escolas estaduais, essas têm só a frequência vinculada ao programa do bolsa família, o que também existe na rede municipal. Além desses benefícios os estudantes PCD são melhores atendidos na rede municipal, tanto é que há poucas matrículas de PCD no Estado, as próprias escolas estaduais encaminham esses alunos para a rede municipal por haver mais suporte.
Pedagogicamente não acredito que haverá grandes mudanças, também não vou cravar que vai ficar melhor, no primeiro momento não, porém não haverá um declínio como uma Professora da UNESP afirmou na entrevista concedida a rede globo. Ela afirma que a transferência dos estudantes para a rede municipal acarretará em dificuldades na alfabetização, e ela se apoia na ideia de que o currículo da cidade vem com outras concepções e isso vai atrapalhar o processo de alfabetização, logo após diz que a carreira e a remuneração diferenciada dos Professores da Prefeitura será um empecilho no processo de aprendizagem das crianças.
Já eu penso que uma coisa não tem muito a ver com outra, na alfabetização tanto o currículo paulista quanto o currículo da cidade vão se agarrar nas ideias de Emília Ferrero, e mesmo se houver troca de Professores (o que não vai acontecer por completo na própria matéria diz que vão manter os Professores efetivos) as sondagens estão lá para ser consultadas, é obrigação do Professor dos anos inicias entender e saber trabalhar com todas as hipóteses de escrita e isso não tem nada a ver com currículo A ou B, o Professor alfabetizador vai trabalhar com o que ele aprendeu na Universidade, o conceito ele tem na teoria, o Estado vai lhe oferecer as ferramentas. A questão de o salário impactar na aprendizagem das crianças é outra bobagem, os Professores da Prefeitura ganham mais, é verdade, mas a Professora queria o que? Que reduzissem o salário dos Professores da Prefeitura e todos os funcionários ganhar pouco? A desculpa pela não municipalização não pode vir por essas vertentes, são impressões equivocadas.
Talvez a justificativa ficasse por conta da Prefeitura não dar conta da educação infantil e não ter condições para expandir, isso sim, pois as creches da Prefeitura de São Paulo e sua esmagadora maioria é administrada pelo iniciativa privada, são creches particulares com convênio com a Prefeitura, então não faz muito sentido descentralizar a educação infantil que é obrigação do município e centralizar o ensino fundamental.
Por outro lado, temos o Estado totalmente sucateado sem benefícios sociais para as famílias, sem professores, mesmo com uma defasagem de 100 mil Professores fazem concurso com 15 mil vagas e ainda assim não conseguem avançar com edital sem homologar. O Estado há vários anos tendo que fazer contratos temporários para conta das aulas, então já temos um Estado em que o Professor não cria vínculos com as escolas, ele fica 1 ano e sai, acaba o contrato, portanto a municipalização não vai ser muito diferente, não será um choque para o aluno um Professor diferente na sala dele, isso já acontece o tempo todo.
Então pensando os dois lados a municipalização é uma coisa boa para os estudantes do ensino fundamental dos anos iniciais, não são as mil maravilhas, porém é, sim, melhor que manter na rede estadual.