Recentemente o Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, promoveu uma cena inimaginável por qualquer educador, até mesmo qualquer cidadão média, que foi a venda de escolas públicas, o evento iniciou com a venda de 17 escolas na B3, e o total será de 33 escolas para esse ano.

A empresa que venceu o leilão na B3 é Engeform Engenharia que é sócia da Consolare, empresa que administra cemitérios na cidade de São Paulo, entre esses cemitérios ela administra o da Vila Formosa que apresenta uma deterioração fascinante e uma falta de administração extrema.

Então as escolas paulistas começam a ser entregues para essa empresa privada, segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo a empresa não interferirá no planejamento pedagógico escolar, e os professores serão contratados pela Secretaria de Educação do Estado, portanto não evidenciam a terceirização dos professores, porém terceiriza atividades como manutenção predial, segurança e portaria, limpeza, jardinagem e apoio na área de tecnologia da informação. Segundo a pasta, esses serviços serão terceirizados para permitir que professores e diretores possam concentrar-se em suas funções pedagógicas sem as demandas administrativas.

De qualquer maneira é bom para colocarmos nossas barbas de molho, pois a terceirização dos serviços começa assim, pelas beiradas, logo terceirizam a gestão escola também, e por fim o chegam ao sonho de consumo de qualquer neoliberal: terceirizar os professores.

Terceirização dos Professores

No Estado de São Paulo, já desde a época do Mário Covas, ali por volta de 1999, o então governador do partido PSDB na época, ampliou o uso de professores temporários (contratados) para lidar com a falta de docentes efetivos, na época já começava a priorizar os contratos temporários em detrimento dos concursos públicos. Essa política foi continuada pelo seu sucessor Gerald Alckmin (PSDB) – 2001 a 2006 que na época era do PSDB, e posteriormente, também continuada, pelo José Serra (PSDB)2007 a 2010, depois Geraldo Alckmin (PSDB) – 2011 a 2018, e também continuou ampliando as contratações João Doria (PSDB) – 2019 a 2022, e atualmente priorizando contratos em detrimento dos concursos e vendendo escolas Tarcísio de Freitas (Republicanos) – 2023 a 2026.

Então, se formos analisar são no mínimo 24 anos de destruição da educação no Estado de São Paulo, é impressionante como esse sistema ainda resiste. Recentemente houve lançamento de concurso público com chamada de cerca de 15 mil professores, entretanto a defasagem é de cerca de 150 mil, portanto estamos falando aqui que pelo menos uns 135 mil professores contratados para o próximo ano serão temporários.

Não é exagero dizer que já existe uma espécie de terceirização do serviço docente, o que falta para concretizar totalmente é entregar essas contratações para uma empresa de terceirização de serviços, contratando através de entrevistas e pagando a metade do salário de um professor efetivo, só resta isso.

Conclusão

Essa venda de escolas não pode ser vista com bons olhos, muito pelo contrário, estamos presenciando o início da terceirização total dos serviços públicos educacionais, e sabemos que a terceirização não é o melhor caminho, um exemplo clássico disso é a ENEL que piorou o serviço de energia elétrica e deixou a conta mais cara. Também não podemos desconsiderar que mais para frente essas empresas que comprarem escolas, caso haja um “boom” de vendas nos próximos anos, comecem a comprar taxas das famílias, uma taxinha para matrícula, outra para emitir certificado de conclusão e por aí vai. Não podemos nos esquecer, é uma empresa administrando! O que uma empresa faz no mercado é lucrar. Fica a reflexão, repasse esse texto para os demais colegas.

  1. E tem trouxa perdendo tempo votando. São vários anos de governos que prejudicam a população. Voto é simplesmente perda de tempo. Os políticos estão certos. Trouxa é quem acredita neles.

  2. Infelizmente a camada da população que não tem conhecimento, não sabem o perigo de um governo neoliberal. Para os capitalistas é ótimo. Mas para a população menos favorecidas é uma tragédia.

  3. O escritor ataca a conduta não porque ele está preocupado com a educação, mas sim porque teme diminuir a demanda de concursos, pois sua empresa lucra vendendo cursos para concursos. “O que uma empresa faz no mercado é lucrar”.

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