Hoje pela manhã me deparei com minha convocação para ser temporário na Prefeitura de São Paulo como Auxiliar Técnico de Educação, e era preciso tomar uma decisão, continuar no Estado com cargo efetivo de Agente de Organização Escolar (AOE) com salário base de 1.200 reais, mais ALE 155 reais, VA em torno de 240 reais e Auxílio transporte em torno de 240 reais, isso da um total líquido, tirando os descontos de 1.690 reais, mais ou menos, e tenho direito ao convênio médico do IAMSPE, embora eu nunca precise usar, em contra partida tem o cargo temporário de ATE, com salário base de 1.600 reais, e junto os benefícios paga em torno de 2.300 reais, praticamente 600 reais a mais que o cargo efetivo de AOE do Estado.
Olhando assim parece ser muito óbvio que é melhor ser temporário, afinal a diferença em pecúnia é evidente, e é notório que ATE paga bem mais, porém entra na questão dos princípios, pelo menos os meus. Eu não concordo com esses contratos temporários, nos últimos 2 anos eu venho acompanhando o sofrimento dos meus colegas que aceitaram o contrato temporário sendo aprovados no concurso para efetivo, que o mesmo caso comigo, eles querem me contratar como temporário e sou aprovado no concurso. No caso dos meus colegas, eles ficam sempre na esperança de que o governo vai chamar para ser efetivado, e nunca acontece, sempre acontece a prorrogação do contrato, e sendo contrato temporário não há segurança nenhuma que a pessoa permanece até o final, ela pode ser desligada a qualquer momento.
Retornando aos princípios, sendo eu um grande crítico dessas contratações ilegais, contratações de temporários sendo que podem efetivar a pessoal aprovado no concurso, seria no mínimo um contrassenso eu aceitar essa contratação, e tomo a decisão de não comparecer a escolha de vagas. Mesmo sabendo que ganho uma miséria no Estado, porém certas atitudes são necessárias, e certos sacrifícios também, talvez seja difícil para você compreender agora, entretanto com o passar do tempo você vai entender, como também vai entender que essa minha decisão foi um recado claro ao governo PSDB.
Além dos princípios não há seguridade alguma nesse contrato temporário, ainda mais se for eu o contratado, eu tenho total convicção que a gestão escolar, caso seja tucana, não hesitaria em findar o meu contrato pelo motivo mais simples que seja, e de maneira torpe fazem meu desligamento com 1 ou 2 meses de contrato, daí então eu nem fico no contrato temporário ATE e nem no cargo público efetivo AOE, pois para ser temporário é necessário pedir a exoneração do cargo efetivo, e com isso eu passaria do salário miserável para a fila do desemprego. Dia 15 de dezembro eu completo 37 anos, não estou mais na idade boa para empresas privadas me contratarem, se eu entrar na fila do desemprego hoje não sai tão cedo dela, e depender da internet não é possível, os rendimentos são baixos, muita gente quer informação, quer tudo de graça e não tem coragem nem de fazer uma doação, portanto eu não vou correr esse risco. E porque eu alerto para esse desligamento, é previsto no contrato temporário que a administração pode fazer um desligamento unilateral caso ela veja que não tem mais necessidade de ter esse funcionário, e obviamente, até pela minha militância em defesa desse concurso eu seria o principal alvo da administração. Porém como efetivo eu não devo me preocupar com isso, pois não é tão simples exonerar um funcionário titular de cargo efetivo, é preciso abrir processo administrativo e os motivos precisam ser satisfatórios para o desligamento.
Sinceramente estou muito triste com o que vem acontecendo, e estou pensando em desistir desse concurso e me dedicar a outros concursos que estou inscrito, provavelmente eu não vá conseguir realizar o feito de assumir como ATE e ter melhor visão do cargo pra ajudar os profissionais do quadro de apoio, está muito mais propicio eu assumir em alguma prefeitura, no ano de 2022, como professor de educação básica I, infelizmente está mais fácil assumir por um concurso que nem lançou sua prova do que assumir como Auxiliar Técnico de Educação.