Em assembleia geral realizada nesta terça-feira (20/5), convocada pelo Sindicato dos Servidores Públicos (Sindserv) de Mauá, as servidoras e os servidores municipais rejeitaram de forma categórica a contraproposta apresentada pela administração municipal. O governo ofereceu um abono temporário de R$ 150, dividido em nove parcelas, além de um reajuste considerado irrisório de R$ 20 no auxílio-alimentação — proposta classificada pela categoria como inviável diante da defasagem salarial acumulada e da crescente precarização das condições de trabalho no serviço público.
A proposta original do Sindserv, aprovada pela base, previa a reposição inflacionária de 5,48%, um aumento real de 15% nos salários e a elevação do auxílio-alimentação para R$ 880,72, valor calculado com base em estudo técnico do Dieese. A gestão, no entanto, rejeitou a pauta, alegando queda na arrecadação e desequilíbrio fiscal — justificativas que, na avaliação do Sindicato, ocultam a falta de vontade política para valorizar o funcionalismo.
Ao longo das negociações, a diretoria do Sindserv apresentou diversas alternativas viáveis para garantir a recomposição salarial sem comprometer o equilíbrio financeiro do município. Apesar disso, encontrou inflexibilidade por parte da administração. Diante do impasse, o Sindicato exigiu que a contraproposta fosse formalizada e submetida à deliberação da assembleia, reafirmando o compromisso com o princípio da decisão coletiva e democrática.
Para o presidente do Sindserv, Jesomar Alves Lobo, a assembleia demonstrou a força da mobilização dos trabalhadores. “A resposta da categoria foi firme e expressiva. A contraproposta não dialoga com a realidade dos servidores nem com a gravidade da situação salarial. O recado foi claro: a categoria está alinhada com seu Sindicato e exige respeito”, afirmou. “Seguiremos firmes na defesa dos direitos do funcionalismo e vamos notificar a Prefeitura sobre a rejeição da proposta, exigindo a imediata reabertura da mesa de negociação, com a presença do próprio prefeito.”
Momento de Rejeição à Proposta
Houve diversos registros durante a assembleia que estava lotada, porém o registro mais impactante foi quando os servidores rejeitaram a contraproposta, veja abaixo:
NOVA PARALISAÇÃO DOS ADIs EM MAUÁ
Os Agentes de Desenvolvimento Infantil (ADIs) do município de Mauá estão organizando uma nova paralisação. A mobilização tem como objetivo denunciar a precarização das condições de trabalho e reivindicar direitos fundamentais da categoria. A seguir, os principais motivos que justificam essa luta:
POR QUE ESTAMOS PARALISANDO?
1. NÃO à alteração da jornada de trabalho!
Somos contra qualquer retrocesso nos direitos conquistados ao longo da nossa trajetória!
2. Redução do número de crianças por profissional!
A superlotação das salas é desumana e compromete gravemente a qualidade do atendimento prestado às crianças.
3. Liberação imediata do BÔNUS DO FUNDEB!
Os recursos do FUNDEB pertencem à educação e devem ser destinados aos profissionais da área, com transparência e responsabilidade!
4. NÃO ao desvio de funções nas unidades escolares!
As atribuições das ADIs e AAEIs devem ser respeitadas conforme o cargo conquistado por meio de concurso público.
5. Regularização da documentação profissional!
Exigimos padronização da jornada e do horário de trabalho, com garantias legais e administrativas.
6. Fim do assédio vertical!
É urgente promover relações de respeito e combater práticas autoritárias e casos de assédio moral dentro das unidades.
7. Reconhecimento e valorização do quadro de apoio!
Valorização profissional, melhores condições de trabalho e fortalecimento das equipes escolares são medidas fundamentais para uma educação de qualidade.
8. Convocação imediata dos aprovados no concurso vigente!
Há anos, trabalhadoras e trabalhadores aguardam a nomeação. A educação de qualidade se faz com servidor efetivo e valorizado!