A superlotação das salas de aula tem sido um problema crescente nas escolas estaduais, gerando reações cada vez mais expressivas por parte dos estudantes. Inicialmente, alunos da Escola Idalina Vianna Ferro, no interior de São Paulo, manifestaram-se contra essa condição, e agora a mobilização se expande para as escolas estaduais da Zona Norte da capital paulista. O principal motivo da insatisfação é o aumento do número de alunos por turma, uma medida adotada pelo Governo do Estado de São Paulo nos últimos anos.

Veja a reportagem que saiu na Globo, recentemente:

A justificativa apresentada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC) para essa decisão tem sido duramente criticada. Segundo a SEDUC, a ampliação da capacidade das salas de aula tem como objetivo garantir a qualidade do ensino. No entanto, essa afirmação contraria diversos estudos pedagógicos e educacionais que apontam justamente o contrário.

O que dizem os autores sobre superlotação?

De acordo com Brookover e Lezotte (1979), ambientes de aprendizagem superlotados comprometem a interação professor-aluno, dificultam a personalização do ensino e reduzem significativamente o desempenho acadêmico dos estudantes. Além disso, Finn e Achilles (1999) ressaltam que turmas menores possibilitam um acompanhamento mais próximo do aluno, favorecendo a aprendizagem e a participação ativa.

A literatura educacional reforça que salas de aula com um número excessivo de alunos impactam diretamente a atenção dos estudantes e a eficácia das estratégias pedagógicas. Blatchford et al. (2002) indicam que salas superlotadas aumentam a indisciplina, dificultam a gestão do tempo pelo professor e reduzem as oportunidades de feedback individualizado. Esses fatores prejudicam a construção do conhecimento e ampliam a desigualdade educacional, uma vez que alunos com maior dificuldade de aprendizagem têm menos oportunidades de acompanhamento adequado.

Conclusão

Diante desse cenário, especialistas e educadores defendem que políticas públicas voltadas à melhoria da educação devem priorizar a redução do número de alunos por sala, garantindo um ambiente de ensino mais produtivo e inclusivo. A experiência de países com altos índices de desempenho educacional, como Finlândia e Canadá, reforça que a qualidade do ensino está diretamente relacionada a turmas reduzidas, professores bem preparados e infraestrutura adequada.

A mobilização dos estudantes paulistas evidencia um problema estrutural que precisa ser debatido com urgência. A superlotação das salas não é apenas uma questão de conforto, mas um fator determinante na qualidade da educação oferecida. Ignorar essa realidade compromete o direito dos alunos a um ensino digno e eficiente, além de desconsiderar as evidências científicas que apontam os prejuízos dessa prática para o aprendizado.

  1. O problema de superlotação nas escolas estaduais é muito antigo, desde o governo Geraldo Alckmin, atual vice-presidente da República e agora tem um agravante, que é o número excessivo por sala de várias inclusões sem o devido acompanhamento dos assistentes especializados.
    A superlotação, também ocorre nas escolas municipais de São Paulo, com o no mínimo 35 alunos em sala de aula e no mínimo 2 alunos de inclusão por sala. A educação pública em São Paulo estão o caos.

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