Nesta semana tivemos a triste notícia do falecimento de Felipe Safra, 31 anos, vítima de infarto, e nesta postagem venho lembrar o quão importante o Felipe foi na luta pela primeira chamada de efetivos AOE, e como foi um guerreiro na luta pela melhoria na Educação. Era uma pessoa que acompanhava meu canal no Youtube e me seguia no Facebook, eu sempre o via comentando no chat das Lives, ele estava na luta pela segunda chamada de efetivos para o cargo de Agente de Organização Escolar e também na luta pela primeira chamada dos Auxiliares Técnicos de Educação, pois ele era aprovado nos dois concursos, inclusive ele estava trabalhando como temporário na prefeitura de São Paulo como ATE.

As lutas de Felipe Safra

Felipe participou ativamente para que houvesse a nomeação dos Agentes de Organização Escolar, na época o governo tinha feito a sessão de escolhas de vagas e ficou muito tempo para nomear os aprovados, e mesmo não tendo conseguido escolher uma vaga e ele esteve na luta e após muita pressão, 6 meses após a escolha de vagas saiu a nomeação dos AOEs em junho e julho.

Enquanto a segunda chamada de AOE não saía ele estava estudando para o concurso público de Auxiliar Técnico de Educação, e assim como muitos, passou por todo aquele transtorno de ter que fazer duas provas, e ainda assim ele conseguiu ser aprovado no concurso ATE 2019 e estava, assim como nós, ansioso pela primeira chamada dos Auxiliares Técnicos, era bastante ativo nos grupos de Whats, principalmente em dois que criei, porém eu fiquei ausente dos grupos por causa do problema dos Hackers, e infelizmente não estava mais acompanhando, mas me lembro muito bem que ele sempre comentava, e estava disposto, sempre nas lives dos gestores da município de São Paulo, ele ia lá nas redes comentar e cobrar a primeira chamada de ATE, era muito compromissado com os objetivos do grupo de aprovados.

A assessoria do Carlos Giannazi entrou em contato comigo e me disse que ele tinha um pouco de vergonha ou era tímido para falar nas Lives do Carlos ou Celso Giannazi e ele sempre me indicava, fiquei muito honrado em saber que o rapaz depositava muita confiança em mim e me creditava uma fala assertiva e representativa.

Embora a timidez, temos um registro dele falando pela Educação, a vontade dele em ver uma educação de qualidade o fazia superar qualquer empecilho. Ele organizou uma audiência pública histórica, pela cobrança da segunda chamada de efetivos de Agentes de Organização Escolar, a segunda chamada não aconteceu até hoje, porém, graças a essa audiência, conseguimos uma chamada de 2.195 dos aprovados no concurso para trabalhar como temporário, claro que queríamos a efetivação, entretanto o governo não chamou temporários de fora do concurso e essa chamada possibilitou que muitas pessoas que estavam sem renda, retornassem ao mercado de trabalho. E Felipe não brigava pelo interesse próprio, ele realmente se preocupava com as crianças e adolescentes, conforme podemos observar na fala do próprio no dia 13/09/2019 pela luta da segunda chamada de Agentes de Organização Escolar:

Luta por uma escola melhor

Repare que ele disse “não só por mim, mas pela comunidade” era um rapaz realmente preocupado com a Educação, trabalhar em escola é muito mais que um trabalho é ter amor ao conhecimento e ao bem estar social, o profissional da Educação sempre se pergunta “afinal o que quero com isso? O que estou fazendo aqui?” e com certeza o Felipe queria melhores condições para as crianças e adolescentes da comunidade estudarem, ter um aprendizado, numa escola boa, com funcionários e escola com boas condições, diferente do que temos atualmente, que a escola não fosse sucateada, prédio abandonado, escola sem quadra, escola de lata, com cadeiras quebradas, sanitários sujos, inacessível a criança com deficiência, cheia de aulas vagas porque o governo não nomeia professores, entre tantas outras realidades que presenciamos hoje.

Nessa fala ele fez várias denuncias, inclusive a exploração de trabalho infantil nas escolas, pois o governo não faz nomeação de funcionários, e acredita no milagre de operar com a máquina enxuta, e sem funcionários a escola não funciona, é simples assim, isso vale para hospitais, centro culturais, em fim, qualquer setor público que não tenha funcionários o suficiente terá um serviço péssimo.

E realmente é muito triste isso, o rapaz tinha grande potencial para lutar por melhores condições na Educação, ele nos deixa a mensagem que o funcionário público presta um serviço a comunidade e merece boas condições de trabalho, pois o funcionalismo público funcionando bem beneficia a própria comunidade que pertencemos, ele não tinha um espirito egoísta de lutar pela sua nomeação e tudo ótimo, não, ele realmente queria uma educação de qualidade. Descanse em paz, amigo, Felipe Safra.

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